Avanços tecnológicos facilitam cirurgias do cérebro

Novo aparelho para neurocirurgia adquirido pelo Hospital Santa Isabel funciona como um GPS do cérebro.

As cirurgias neurológicas e cerebrais evoluíram de forma expressiva, especialmente nas últimas décadas. Há pouco tempo seria impensável uma pessoa passar por uma cirurgia neurológica e em poucos dias voltar ao trabalho.

O sucesso desse tipo de procedimento anda em paralelo com as novas tecnologias. A neurocirurgiã Danielle de Lara, especialista em cirurgia cerebral minimamente invasiva pela Universidade do Estado de Ohio (EUA), explica que o uso de pequenas câmeras de vídeo ou um robô, assim como em outras especialidades médicas, é capaz de diminuir ao menos pela metade o tempo cirúrgico de alguns procedimentos.É o caso do novo aparelho adquirido pelo Hospital Santa Isabel, de Blumenau (SC). O aparelho chamado de Neuronavegador permite que o neurocirurgião navegue no interior do crânio, orientado a partir de imagens, o que torna a técnica mais precisa e segura, ajudando o médico a encontrar até os menores tumores, contribuindo assim para a sua remoção e diminuindo o risco de sequelas neurológicas.

Também é possível realizar a cirurgia neurológica pelo nariz e pela pálpebra, eliminando qualquer cicatriz visível e aumentando a visualização do campo operatório. A especialista alerta que nem toda patologia cerebral pode ser tratada por estas técnicas. Um profissional treinado tanto na técnica tradicional, como na minimamente invasiva, poderá sugerir o melhor caminho a seguir em cada caso. Este tipo de cirurgia, na maioria das vezes, é orientado para doenças neurocirúrgicas como tumores cerebrais, hidrocefalia, aneurismas, traumatismo crânio-encefálico e a neurocirurgia funcional que envolve o tratamento da dor, epilepsia e distúrbios dos movimentos.

“O avanço tecnológico auxilia no procedimento e envolve a utilização de equipamentos cirúrgicos modernos como o microscópio, o endoscópio, o neuronavegador, a monitorização neurofisiológica, a ressonância intraoperatória, entre outros”, explica a neurocirurgiã.

“O cérebro ainda é um universo cheio de mistérios para nós, médicos e pesquisadores. No campo da neurocirurgia, as pesquisas vão desde o desenvolvimento de cirurgias para doenças que atualmente são tratadas apenas com remédios, como o Alzheimer, até a criação de medicamentos que auxiliem na diminuição de tumores cerebrais, tornando a remoção cirúrgica mais eficaz”, finaliza Danielle.

Sobre Danielle de Lara

Médica Neurocirurgiã em atividade na cidade de Blumenau (SC). Atua principalmente na área de cirurgia endoscópica endonasal e cirurgia de hipófise. Dois anos de Research Fellowship no departamento de “Minimally Invasive Skull Base Surgery” em “The Ohio State University Medical Center”, Ohio, EUA. Graduada em Medicina pela Universidade Regional de Blumenau. Possui formação em Neurocirurgia pelo serviço de Cirurgia Neurológica do Hospital Santa Isabel.

 

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