Laine Valgas e o jornalismo que faz acontecer

Ícone do jornalismo catarinense, a apresentadora do Jornal do Almoço direcionou a carreira para ir além de contar histórias.

Uma jornalista focada em inteligência emocional. É assim que se define a entrevistada de hoje no Projeto Mulheres que Inspiram: a jornalista Laine Valgas. Com 29 anos de carreira no Jornalismo, apresentadora da NSC TV (afiliada da Rede Globo em SC) e especialista em Neurociências, Laine é presença certa nas telas dos catarinenses e referência quando se fala em informação. O projeto Mulheres que Inspiram é uma iniciativa da Contax Contabilidade e Planejamento Tributário, desenvolvida com o apoio da Presse Comunicação e da NSC Comunicação e que tem como objetivo homenagear mulheres que contribuem para a evolução da sociedade.

Laine tem uma carreira sólida no telejornalismo. Começou em 1994 na TV Barriga Verde (afiliada da Band em SC), onde iniciou a jornada como repórter e em três meses já era apresentadora. Também foi coordenadora de jornalismo e dali foi para a TV COM (antigo canal fechado do Grupo RBS), onde foi apresentadora e, depois, subiu ao cargo de editora-chefe e apresentadora do Bom dia Santa Catarina. 

Na sequência, viria o posto que a consagraria como um ícone do jornalismo catarinense: a bancada do Jornal do Almoço. Foi lá que teve a oportunidade de aprofundar ainda mais o jornalismo comunitário, com o quadro Cidadão JA, que buscava do Poder Público respostas para as dores das comunidades. “No JA eu fui desenvolvendo vários quadros, todos muito voltados a incluir e dar voz e vez às pessoas que não eram vistas”, lembra. Laine apresenta o Jornal do Almoço há 17 anos e sempre teve a intenção de ser uma ferramenta de transformação e de serviço na vida das pessoas. “Para mim, o jornalismo é isso, fazer sentido na vida de quem nos dá o prazer de estar do outro lado da tela”, conta. 

Há 15 anos ela decidiu trilhar uma nova carreira, paralela à da TV e que pudesse somar à função de jornalista. “Sempre fui fã de cuidar do bem-estar emocional e mental das pessoas. Por isso, decidi desenvolver uma carreira em paralelo, com o objetivo de levar às pessoas uma forma de se auto descobrir. Trata-se de uma experiência para despertar a vida para si por meio do autoconhecimento”, explica. O trabalho é feito em conjunto com marido, Affonso Kulevicz. Juntos, fundaram a Rapport Comunicação e Coaching – que atua com palestras (presenciais e online), workshops, atendimento em grupos e individuais, sempre trabalhando a equação “emoção, mente, comunicação e corpo” como caminho para uma melhor autoestima, autorrealização e sucesso nas mais variadas áreas da vida.

Para desenvolver esse trabalho, Laine se especializou em  Neurociências, Psicologia Positiva e Mindfulness pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/PR). O projeto de conclusão de curso se transformou no seriado de TV “Fique Bem”. “É o primeiro seriado da TV aberta brasileira que se preocupa com o estado mental e emocional do telespectador, que procura passar informações com leveza, mas com profundidade e ciência, para que todos entendam como funcionamos”, observa. O seriado vai ao ar no formato de um quadro dentro do Jornal do Almoço e está sendo adaptado para a rádio CBN e para o formato podcast. 

Momentos marcantes

Na carreira jornalística, Laine perdeu a conta dos muitos momentos marcantes que coleciona. Um dos que ela gosta de destacar é a campanha para conseguir um transplante de fígado para o menino João Vítor, hoje um pré-adolescente. Na época, ele teria pouco tempo de vida caso não conseguisse a cirurgia. A doação veio por meio do trabalho dos profissionais da TV, que inclusive ganhou o Prêmio RBS de Jornalismo e, mais do que isso, transformou uma vida. 

Ela reconhece que sempre se emociona ao ver reverberar do outro lado o resultado do que faz, desde uma comunidade conseguindo conquistar uma melhoria, até uma pessoa que tem a vida transformada.

Transição de carreira

Um dos maiores desafios na vida profissional da jornalista foi a transição de carreira dentro da própria profissão: da apresentadora que trabalha com notícias, com casos factuais, à  jornalista especialista em saúde mental e emocional. “Vivemos em um país em que até muito pouco tempo se achava que falar sobre esse assunto era fraqueza, era sem graça. A pandemia apareceu para nos mostrar o quanto passou da hora de olharmos para isso com seriedade. Um grande desafio foi me assumir como jornalista especialista em saúde mental e emocional, conquistar a confiança e o respeito das pessoas com esse conteúdo, entendendo que não é uma fraqueza, não é assunto de quem não tem o que fazer. Em um país que é o mais ansioso do mundo, o quinto mais deprimido e o terceiro mais estressado, precisamos fazer com  que o jornalismo reconheça sua função social de levar a informação a quem precisa”, afirma.

Laine também assume as oportunidades que considera fundamentais para sua carreira. “Sou agradecida por ter encontrado na minha vida pessoas que acreditaram em mim enquanto profissional. Venho de um tempo em que jornalista, sobretudo mulher, era muito valorizada pela sua beleza e forma física e nunca fui um padrão de beleza para a televisão. Sou muito grata a TV Barriga Verde, que me acolheu no auge do rebote de uma anorexia e bulimia. Eles acreditaram no meu potencial, da mesma forma como a RBS. Tive líderes muito importantes que me bancaram com tantas maluquices que eu sempre ousei propor”, brinca.

Violência contra a mulher

Com uma voz que ecoa longe, Laine também usa suas ferramentas para ser um instrumento de combate à violência contra a mulher, pois acredita que a informação é o principal caminho para diminuir – e, quem sabe, acabar – com esse tipo de violência. Para a jornalista, é necessário convencer as mulheres do quanto elas precisam conversar mais sobre o tema, denunciar e chamar a atenção das autoridades. Além disso, é fundamental que tenham o acolhimento e segurança por parte das autoridades, a confiança de estarem seguras. “Muitas mulheres se deixam levar pela violência porque não aprenderam a se gostar, se cuidar, se proteger. Viemos de uma cultura legitimamente machista e muitas mulheres não aprendem desde cedo a se amar e se posicionar”. 

Outra saída, segundo Laine, é trabalhar a cabeça dos homens. “Eles são como são porque existe uma raiz. Dar atenção à saúde mental e emocional dos homens e reeducá-los é fundamental”, avalia.

Ser mulher

Laine conta que no jornalismo do passado assuntos mais duros não eram muito compartilhados com mulheres. Elas eram chamadas para tratar de coisas mais leves. Política, Economia e Opinião tinham sempre um olhar mais masculino. “Graças a Deus os tempos são outros e vemos uma transformação em andamento. Temos muito o que melhorar, mas já caminhamos bastante e estamos conquistando. E não é igualdade entre homem e mulher, mas reconhecer a força que cada um tem e somar”.

As mulheres que mais a inspiram são a mãe, Dineide e as avós. “Minha mãe rompeu barreiras desde criança. Aos 8 anos já cuidava de nove irmãos, teve que sair de casa para preservar a própria vida, teve que batalhar muito para sustentar a mim e ao meu irmão. Foi a primeira a usar calça no trabalho numa época em que as mulheres só usavam saias, e também a usar cabelos curtos. Minha avó materna, dona Dilma, sustentou 11 filhos como cabeleireira. Tem uma força de trabalho que eu desconheço de tão incrível. Minha avó paterna Benta é a doçura, a criatividade, a liberdade, o apreciar a vida, o olhar com carinho para as coisas da vida”, relata.

Neste mês da mulher, Laine deseja que a data se estenda por todos os meses. “Dia da mulher é todo dia. Que a gente aprenda a nos posicionar na vida. Que aprendamos a reconhecer o nosso valor. Esse reconhecimento só vem do autoconhecimento, quando aprendemos que não precisamos ser melhores do que ninguém, que somos únicas. Então, minha mensagem para este mês da mulher é: que a gente sempre aprenda a ser única”.

Sobre o projeto Mulheres que Inspiram

O projeto Mulheres que Inspiram foi idealizado em 2021 pela Contax Contabilidade e Planejamento Tributário e desenvolvido com o apoio da Presse Comunicação. Em 2023, o projeto tem ainda o apoio da NSC Comunicação. O objetivo da iniciativa é aproveitar o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, para homenagear as mulheres por meio de histórias de empreendedoras de Blumenau e região nas mais diversas áreas com trajetórias que podem inspirar e ser exemplos para muitas outras pessoas.

 

Mais informações:
Presse Comunicação Empresarial – Assessoria de Imprensa
Blumenau – Tubarão (Santa Catarina)
(47) 3041-2990 ou 3035-5482 | www.presse.inf.br

Submit a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>






Presse - Todos os Direitos Reservados

Desenvolvido por: